domingo, 29 de agosto de 2010

O QUE SIGNIFICA SER UMA IGREJA ACOLHEDORA?


À luz da Bíblia Sagrada, poderíamos arriscar a seguinte definição;
Uma igreja acolhedora é uma comunidade onde ninguém permanece sozinho, em sua caminhada com Cristo.

Os evangelhos e as epístolas do novo testamento são unânimes em declarar que não existe cristianismo saudável fora da comunhão com a comunidade de crentes, que o apóstolo Paulo chama reiteradas vezes de "corpo de Cristo".
Comunhão é muito mais que chá com bolachas, no final dos cultos. É mais que meros abraços e apertos de mãos distribuídos aleatoriamente, sob a orientação dos ministros de louvor.

A verdadeira comunhão é um compartilhar de vida cristã, que inclui as emoções, as experiências espirituais, o tempo e o bolso. É um multiplicar, que começa com um doloroso processo de dividir e repartir tanto as coisas boas, como as ruins. É se submeter a uma reforma gramatical radical e definitiva, que substitui os pronomes "meu" e "minha", por "nosso e nossa".
É na comunhão da igreja que as virtudes cristãs são paulatinamente desenvolvidas e rigorosamente testadas. O amor, a humildade, a fidelidade, a mansidão, a paciência e a bondade não podem existir fora do âmbito dos relacionamentos humanos, e só podem ser experimentados plenamente no contexto da vida comunitária que há (ou deveria haver) no corpo de Cristo.

É claro que sempre haverá pontos de tensão, divergências e desacordos em qualquer comunidade cristã. No entanto, aquilo que une os crentes, em Cristo Jesus, sempre será maior que aquilo que os separa. Estamos eternamente ligados em um só corpo e um só Espírito. Unidos por um só Deus, Pai e Senhor, Conectados por uma só fé. Mergulhados num só batismo. E abrigados sob uma única, bendita e gloriosa esperança: o Céu.

Por essa razão, o alvo numero um do bom líder cristão é colocar todo o corpo de Cristo para trabalhar, ao invés de simplesmente fazer todo o trabalho sozinho. Uma igreja sadia é aquela em que cada cristão realiza suas funções no serviço religioso e no processo de edificação da comunidade de crentes. Isso só é possível quando todos os membros da igreja enxergam a si mesmos como " membros uns dos outros" responsáveis pela saúde e pelo bem-estar espiritual dos demais. contudo não importa se você é de igreja "A" ou de igreja "B", vamos fazer nossa parte, não quero aqui que essas palavras sejam apenas um slogan, uma peça publicitária ou mais um daqueles ideais inalcançáveis e deprimentes.Vamos fazer da igreja uma comunidade onde o acolhimento, o cuidado mútuo e o amor fraternal sejam a regra, e não a exceção. Isso, obviamente não se consegue do dia pra noite, mas com certeza chagaremos bem perto do modelo bíblico de Igreja que Cristo deixou.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O Significado da palavra Vaidade na Bíblia!






Muita confusão tem sido feita com relação a palavra "vaidade". Alguns, por desconhecerem o real significado desse termo na bíblia, o usam para defender a conservação de determinados costumes e fazer valer sua "opinião" a respeito do assunto. Afirmam que usar maquiagem e jóias, tingir e cuidar dos cabelos, gostar de se vestir com elegância e cuidar da estética do corpo são ações pecaminosas, pois essas coisas se constituem em "vaidades". Há, até quem incluia nessa classe de "pecado" o uso de bigode ( que é o resto da barba segundo o dicionário de português) ou barba, principalmente se esta for bem aparada ou bem trabalhada. É cláro que esse não é o único argumento usado para defender tais idéias. Geralmente, também se utiliza versiculos, que quando interpretado fora do seu contexto e desrespeitando-se as demais regras de interpretação da Bíblia, podem dar essa conotação. Entretanto, como " despenseiros de Deus" (1 cor:4:1-2), devemos ser fiéis a sua palavra, não interpretando um texto fora do contexto ou "espiritualizando" um texto afim de dar um sentido ao quer o autor sagrado escreveu. Não se pode dar um sentido ao que o autor escreveu! é nossa obrigação buscar o sentido que o autor tinha em mente quando escreveu!. A interpretação da escritura deve ser literal, ou seja, normal, sem "espiritualizações" ou distorções que ofuscam a verdade revelada de Deus. O fato de muita gente desconsiderar o contexto na interpretação da Bíblia ou de desrespeitar as demais regras de hermenêutica, não significa que seja uma prática correta!.
No processo de busca do verdadeiro significado de "vaidade" na Bíblia, se faz necessário descobrir quantas vezes o termo aparece no texto sagrado depois analisá-lo a partir das línguas originais (hebraico e grego), investigar seus respectivos contextos e qual o conjunto que possuía nos tempos antigos. Não é um caminho fácil, mas todo bom intérprete tem essa tarefa pela frente.

No Antigo Testamento (hebraico), "vaidade" vem de duas palavras, hebel (aparece 71 vezes) e shaw' (aparece 52 vezes). O significado básico de hebel é "vento", "oco", "sem sentido". E também usada para indicar o abandono ao Deus verdadeiro e a busca de ídolos que não podem satisfazer necessidade alguma, simplesmente pelo fato de não existirem. Quanto a palavra Shaw', é inquestionável que o sentido básico é o de "vacuidade".

Segundo o dicionário Internacional de teologia do Antigo Testamento, " O vocábulo designa tudo aquilo que é impalpável, irreal e sem valor, quer na esfera material quer na moral. É, por conseguinte, uma palavra que designa ídolos (sem valor). Salmos 24:4, pode, então, ser traduzido assim: " Aquele que não ergueu a mente a um ídolo". No novo Testamento (grego), mátaios é o termo que designa "vaidade". Ela e seus cognatos aparecem cerca de 14 vezes. Também significa "vazio", inútil, fútil, sem valor, incapaz" e não se refere a nenhuma proibição quanto ao uso de jóias, roupas, ou ornamentos.

Fica evidente, então, que "vaidade" na Bíblia refere-se á sopro algo vazio, sem sentido, algo que é transitório, que é efêmero. É " correr atrás do vento". è colocar esperança naquilo que é vão, perecivel. Quando o escritor de Eclesiastes 12;8 disse "vaidades de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade"., sua intenção era mostrar que a vida só vale apena quando é vivida a luz da eternidade! ao seu ver, o trabalho, a duração da vida, os bens materiais e tantas outras coisas não passam de vaidades, tudo passa, a vida so vale apena quando é vista da perspectiva da eternidade! a NVI traduziu com mais clareza esse versiculo "tudo sem sentido!, sem sentido!", diz o mestre. "Nada faz sentido!, nada faz sentido!" constata-se, assim, que nenhuma das ocorrências da palavra "vaidade" na Bíblia indica algo de proibitivo, mas simplesmente descreve o aspecto passageiro das coisas que existem "debaixo do sol".

Com essas noções em mente, pode-se concluir que costumes que não se chocam com principios Bíblicos não devem ser motivos de contenda e divisão no meio do povo de Deus, pois são regionais, mudam com o passar do tempo e, por não terem base Bíblicas, são negociaveis . Tanto os mas conservadores como os mais progressistas devem se amar e se respeitar mutuamente, agindo com flexibilidade onde a Bíblia permite a flexibilidade.
Certo escritor, sabiamente observa que:
- Moda, adornos, usos e costumes devem ser concebidos como valores culturais; não se constituem em valores espirituais em si mesmo; não fazem parte da lei moral de Deus.
- Não é negativa a abordagem Bíblica sobre a moda e sobre a utilização de adornos no corpo; a Bíblia esta repleta de passagens em que homens Santos e o próprio Deus participam em atividades de adorno.
- O conceito Evangélico-Brasileiro sobre "vaidade"não se coaduna com o significado desse termo, usado largamente como no Antigo como no Novo Testamento.
- As roupas masculinas e femininas podem perder, com o passar do tempo suas repercussões culturais iniciais e, consequentemente, deixar de ser um veiculo de indentificação da masculinidade ou da feminilidade de alguém.

Os trechos Bíblicos usados para combater o uso de adornos são comumente lidos de maneira incorreta. Como dito anteriormente, são tirados de seus respectivos contextos e adaptados para satisfazer o gosto pessoal. (não a vontade de Deus!) de determinados grupos ou lideres eclesiásticos. Tenhamos a coragem e a humildade de nos curvar diante da palavra de Deus e corrigir nossos conceitos, moldando-os conforme as Escrituras.

sábado, 14 de agosto de 2010

Eles pecam, mas rezam!


Uma notícia inusitada chamou a atenção dos meios de comunicação ano passado: um assaltante armado se ajoelhou e rezou antes de roubar uma atendente de uma financeira em Indianápolis, nos Estados Unidos. É isso mesmo que você acabou de ler. Ele entrou no escritório, apresentou a arma, anunciou o assalto, pegou o dinheiro do caixa e o celular da atendente e, antes de partir com o produto do roubo, ajoelhou-se e orou com a funcionária do estabelecimento.
Depois disso, fugiu. Mas não sem antes recomendar que ela continuasse orando por ele. É mole?

Excesso de religiosidade não livra ninguém da influência do pecado. Sempre que pessoas religiosas são flagradas cometendo crimes ou imoralidades, surpreendemos-nos, como se o pecado e a religiosidade fossem coisas incompatíveis. Foi assim no caso do médico Roger Abdelmassih, católico fervoroso, acusado de abusar sexualmente de dezenas de pacientes. E é assim todas as vezes que padres são acusados de pedofilia, pastores são pegos roubando, e rabinos são flagrados furtando gravatas em lojas de grifes. Achamos que o simples fato de alguém professar uma fé religiosa torna-o o imune à prática do pecado. Como se pessoas religiosas fossem automaticamente mas éticas que as não- religiosas. Engano.

A experiência tem mostrado reiteradas vezes que a religiosidade, infelizmente, não protege ninguém do pecado, Independente da confissão de fé do individuo - se é protestante, católico, pentecostal, espírita, judeu, budista ou muçulmano - todos são igualmente passíveis de cometer crimes e imoralidades. Alguns deles, inclusive, são praticados exclusivamente no âmbito da religião, como é o caso dos padres que abusam de crianças e dos pastores que exploram os fiéis.
Ao longo da história, a religião e o pecado deram as mãos muito mas vezes do que gostamos de admitir. Alías, ninguém quer reconhecer isso, porque a imunidade à influência do mal é o principal "produto" que as religiões oferecem a seus adeptos. Comprovadamente, isso nunca funcionou bem. A verdade é que as igrejas, sinagogas e mesquitas continuam cheias, e o pecado segue sem freios nem limites dentro de uma sociedade que é extremamente mística e religiosa.

Como o PhD. Russell shedd disse em um de seus sermões: " Pode-se encontrar dentro da igreja todo tipo de pecado que encontramos fora dela". É constrangedor, mas é a mas pura verdade.